Viva a Música!

Viva a Música!

MÚSICA (a prática humana), MÚSICA (as manifestações contextuais de MÚSICA) e MÚSICA (as obras de arte) são dimensões de uma mesma atividade. (LAZZARIN, 2005, p.106).

Pensar, agir e sentir

A musicalidade engloba o fazer e o ouvir musicais. Não se trata de um fazer mecânico e um ouvir passivo, pelo contrário.  A experiência musical é uma forma de conhecimento procedural, que se dá em uma ação intencional, onde pensamento e ação ocorrem ao mesmo tempo, caracterizando um conhecimento manifesto em ação.

O fazer musical implica tomadas de decisões, localização e resolução de problemas musicais durante a ação.

O ouvir supõe a atitude ativa de procura , envolvendo mecanismos de memória, volição, cognição e atenção, especializados em identificar, categorizar e interpretar sons, padrões, estruturas e hierarquias.

O conhecimento procedural resulta da combinação de ao menos quatro dimensões de conhecimento, sempre referentes ao contexto cultural em que a música está inserida:

  1. Formal – conceitos, teorias, descrições;
  2. Informal – a habilidade de refletir criticamente e propor soluções musicais durante a ação;
  3. Supervisorial –  refere-se ao monitoramento e ajuste do pensamento musical a curto e médio prazos e inclui julgamento e entendimento do que deve ser feito musicalmente;
  4. Impressionístico – integra  cognição e emoção, está ligado à intuição e aos sentimentos  quando se decide que uma linha de ação é melhor do que outra.

“MÚSICA”como atividade deliberada de organizar os sons faz parte de todas as culturas. (…) Todas as sociedades e contextos organizam os sons de forma intencional. Essa capacidade musical é universalmente compartilhada pelo seres humanos em qualquer contexto.

Significar ressignificar

Cada contexto cultural organiza as estruturas sonoras de maneiras diferentes. Essa organização não é natural, e sim uma construção cultural. Ela nos permite perceber e reconhecer padrões e estruturas que formam o sentido do que se conhece por “música” em cada cultura.

Existem estruturas básicas, pré-construídas e reconhecíveis do sistema tonal que formam o sentido de música que se conhece no ocidente, por exemplo. Isso é responsável pela sensação de familiaridade gerada por certos tipos de música construídas de forma similar, e também pelo “estranhamento” inicial que podemos sentir ao ouvir músicas construídas de forma muito diferente.

Ao ouvirmos música tradicional japonesa ou indiana, por exemplo, somos capazes de perceber que há algo diferente acontecendo, mesmo que não saibamos exatamente o quê.

Perceber e reconhecer estruturas e materiais característicos de determinadas culturas também nos permite associar determinadas construções sonoras ao seu respectivo contexto, como ao ouvirmos um tango e uma tarantella e os associamos respectivamente  à Argentina e Itália.

Da forma inversa, também podemos ressignificar tudo isso e dar um tempero diferente à nossa música mesclando e brincando propositalmente com materiais, estruturas e formas de construção de diferentes culturas.

Viver!

A música perpassa todas as dimensões humanas: cognitiva, física, afetiva, psicológica e social. Viva a música!

Quer ler o artigo científico que serviu de mote para a construção deste texto? Clique aqui: https://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/23018/13301

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